sábado, 26 de janeiro de 2013

Briguinha de Bar

            - Ó, vilão! Ó, persona com fel n'alma! Como ousas? Como ousas, perante minha presença, tocar ou mesmo dirigir a palavra ou o olhar para tão digníssima dama, enquanto eu, nobre cavalheiro, lha dirigia toda sorte de corte pura e ilibada, entregando à digníssima moçoila os mais decentes sentimentos advindos de meu coração? Vilão que és! Desafio-te a duelo de sabres, à moda parisiense, perto do amanhecer, onde a negritude do firmamento é o mais escuro possível, para que Nosso Senhor e todos os santos presenciem, porém, de modo que nossas vergonhas se escondam, enquanto varo-lhe o corpo com vil metal e despojo seu corpo inerte em decúbito dorsal perante o chão perene da Mercearia da Preta!

            - Vilão, eu? Ousas? Vilão, tu, mil vezes vilão! Pois saibas tu, digníssimo cavalheiro, que aceito tal desafio de mui bom grado, pois a dita moça é objeto de meu desejo desde dantes meu nascimento, ora! Não sabes tu que, uma vez unidos dois corações, com a graça de Deus, sim! com a graça do criador, se fazem uno e inseparáveis? Vossa mercê saiba que eu, nobilíssimo cavalheiro que sou, aceito prontamente ao seu desafio. Às armas! Em desacordo com suas afirmações, digo-te: tu! Tu é que serás o corpo inerte, de olhar embaçado, com o fio da vida escorrendo a partir de seu tórax, ao alvorecer. E levarei comigo Gleycciane, para que vivamos o amor imaculado destinado pelo firmamento para todo o sempre. Encontraremo-nos mais adiante, e, a partir de lá, no pós vida! Apresentar-lhes-ei minhas gerações futuras, e que Deus tenha piedade de minh'alma por tão débil assassinato, mas em nome do amor, que tudo vale e tudo perdoa!

            Wandercleysson Silva versus Jaques Custôu de Oliveira, em baile funk no Morro da Cocada, disputando o amor da novinha G. M .da N., presenciado por mim, Pecoslau Alferes Cândido de Pereira Nóbrega Santos Andrade de Costa e Silva Ourives Maceeira.

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