Pois bem, seus bóis. Estou me cansando desse meu cargo de ditador intergalático e sanguinário. É um ramo no qual não se tem muito amigos. Seguindo o conselho de meu mentor para assuntos dancísticos e boiolísticos, o Carlinhos de Jesus, decidi me dedicar a outra área da cultura mameluca-molenga-brasileira: a dança de salão.
O problema foi arranjar um par para começar as minhas aulas. Depois de muito insistir, subornar e ameaçar de morte sofrível, consegui uma companheira de dança. O nome dela é Jhennyfer Estrela, tem 1,90 metros, gogó, voz grossa e mija de pé. Qualidades raras em uma moçoila. Mas isso é especulação. Vamos aos fatos.
Começamos a dançar samba de gafieira, esse ritmo indolente e macambúzio. Minha paciência não durou muito, pois não sou chegado ao samba e esses gêneros macabros de música brasileira. Perguntei pro professor quando iria começar o speed metal, pois com essa dança sou mais familiarizado. Ele me disse que não dava aulas desse ritmo, o que me deixou brocha na hora e me fez derramar algumas lágrimas com a cara virada para a parede, pois não gosto de demonstrar as minhas fraquezas. Até me tocar que eu uso máscara.
Depois disso, para apimentar um pouco as coisas, os ritmos passaram para um outro nível de erotismo: o bolero. Minha parceira (rs) começou a reclamar que eu sou um pouco duro para dança. Eu lhe expliquei que talvez seja pelo fato de que eu perdi meus dois braços, minhas duas pernas e tenha o corpo totalmente carbonizado, o que lhe fez corar um pouco. Não de vergonha, foi porque eu berrava na orelha esquerda dela enquanto apertava sua goela com as duas mãos em crispe. Por sorte uso máscara, ou o meu cuspe teria contaminado aquela cútis com minha gripe – eu ando com coriza, sabe.
Até que chegamos ao cúmulo do erotismo, pornografia e putanhagem. Me apresentaram à lambada. Pois quando vi todos aqueles casais dançando freneticamente ao som de Chorando Se Foi ( http://www.youtube.com/watch?v=1EaLFLoxcdU ), fiquei de pinto duro, confesso. Foi nesse momento que comecei a arreganhar as calças, quando o professor correu em minha direção para me impedir. Infelizmente, eu fui lobinho quando criança – sempre alerta! – , e meus instintos me fizeram sacar o meu sabre de luz e aparar quatro dos seus dedos da mão direita. Felizmente deixei o polegar, pois muito me preocuparia se ele não tivesse o dedão para poder limpar a bunda. Após sangrar feito louco e berrar feito porco no abate, eu lhe pedi com delicadeza que fosse objetivo nos seus grunhidos e me explicasse porque ele não queria que eu tomasse parte naquela suruba.
- Porra, Dadá (meus amigos me chamam de Dadá), isso é Lambada!
- Não por isso! – e já me preparava para lhe dar uma lambada nos cornos quando ele me explicou se tratar de um ritmo de dança. Ao que eu disse: -Ah, tá!
O que eu posso fazer se na minha terra isso só se dança deitado e pelado?
Frustrado, triste e com meio sorriso no rosto, decidi voltar para o meu flat andando para desanuviar as minhas ideias. Felizmente surgiu algo de bom: a Jhennyfer me passou seu telefone para a gente sair qualquer dia e catar umas mulheres por aí. Ao menos fiz uma amizade, apesar dela ser lésbica.
Por enquanto é isso, amigos corninhos. E já sabe: se quiser arrastar o pé no salão, é só me ligar! Que o lado negro da força esteja convosco. Hate, Darth.
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